Por
7.500 anos o homem realizou o controle de pragas de forma manual ou
naturalmente. Evidências
sugerem que eram usados derivados de plantas para tratar sementes e na
fumigação. Na China, por volta de 2.500 a.C., já era usado o pó de enxofre para
controle de pragas; no século III, usava-se ninhos de formiga predadoras para
controle de insetos em pomares cítricos e em 1182 foi criada a primeira lei
para controle de insetos-praga.
No
Brasil, o crescimento desordenado dos centros urbanos juntamente com a alta
imigração principalmente após a abolição da escravatura (1888) e da instituição
da República (1889), mostrou um quadro preocupante de saúde pública. No
Rio de Janeiro, existiam muitos cortiços e as pessoas ficavam doentes por febre
amarela, peste bubônica, varíola, tuberculose. Epidemias destas doenças
vitimaram centenas de pessoas e o auge desta crise ocorreu no início do século
XX.
As
autoridades resolveram reagir energicamente à crise sanitária e chamaram o
médico Oswaldo Cruz para iniciar uma campanha de saneamento, utilizando as
brigadas mata-mosquitos, nos moldes de combate adotado pelo exército americano
em Cuba. Estas
brigadas vedavam e expurgavam casas, faziam o policiamento de focos do mosquito
e destruíam larvas. Multavam e intimavam os proprietários de imóveis
insalubres, exigiam proteções para caixas d’água e colocavam petróleo em ralos
e bueiros. Com
o decreto 1.802 de 12 de dezembro de 1907, criou-se o Instituto de Patologia
Experimental de Manguinhos, atualmente chamado de Instituto Oswaldo Cruz, que
estudaria estratégias para controle de vetores da febre amarela.
O
trabalho de Oswaldo Cruz no combate à peste bubônica teve um início mais cedo,
em 1898, convidado por Adolfo Lutz para trabalhar lado a lado com Vital Brazil,
identificando e prevenindo a peste em Santos. O soro utilizado (antipestoso),
foi desenvolvido na Fazenda Butantan (que deu origem ao Instituto Butantan) em
1901. Eles
adotaram o soro e a vacina (produzida pelo Instituto Pasteur em Paris) para combater
a doença. A campanha ainda incluía isolamento de pacientes, notificação dos
casos e desratização da cidade. Santos
estava infestada de ratos reservatórios da peste bubônica e o médico promoveu
uma campanha de um tostão para cada rato entregue no Serviço Sanitário,
causando alvoroço entre as classes mais populares.
A legislação a respeito do controle de pragas obteve
um direcionamento mais para o tratamento do ambiente a partir do decreto 16.300
de 1923. Na
área agrícola, o DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) representou um marco no
controle insetos-praga. Foi sintetizado em 1873 por Ziedler, mas somente em
1905 seu orientador ganhou o Nobel de Química por este trabalho. Foi durante a
2ª Guerra Mundial que o Dr. Paul Miller descobriu seu efeito inseticida. Com
o uso do DDT, aumentou-se a qualidade e a produtividade agrícola. O controle
químico era basicamente o único tipo de controle utilizado, por ser barato,
eficiente e fácil de manusear.
Assim
surgiu o termo dedetização (aplicação de DDT) e com o tempo passou a significar
o controle químico de insetos. Com a proibição de inseticidas organoclorados
como o DDT, o termo dedetização acabou sendo substituído pelo termo
desinsetização.
O
conceito de pragas antes era reservado aos insetos, mas surgiu uma proposta
para inclusão de todos os organismos com ação conflitante ao interesse do
homem. Baseando-se neste conceito, foi generalizado o termo Controle Integrado
de Pragas para Manejo Integrado de Pragas, ratificado pela FAO (Food and
Agriculture Organization) a partir de 1972.
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